Clóvis e seu uso desonesto de Ellen White – Parte 2
Ellen White a predestinação
Se Clóvis pesquisasse os escritos da Sra. White de forma imparcial ele teria visto que penso como ela inclusive a respeito de Gênesis 3:15. Veja:
“Deus declara: “Porei inimizade.” Esta inimizade não é entretida naturalmente. Quando o homem transgrediu a lei divina, sua natureza se tornou má, e ele ficou em harmonia com Satanás, e não em desacordo com ele. Não existe, por natureza, nenhuma inimizade entre o homem pecador e o originador do pecado. Ambos se tornaram malignos pela apostasia. O apóstata nunca está em sossego, exceto quando obtém simpatia e apoio, induzindo outros a lhe seguir o exemplo. Por este motivo os anjos decaídos e os homens ímpios se unem em desesperada união. Se Deus não Se houvesse interposto de maneira especial, Satanás e o homem teriam entrado em aliança contra o Céu; e, ao invés de alimentar inimizade contra Satanás, toda a família humana se teria unido em oposição a Deus.” – O Grande Conflito, p. 505.
“Esta sentença [de Gênesis 3:15], proferida aos ouvidos de nossos primeiros pais, foi para eles uma promessa. Ao mesmo tempo em que predizia guerra entre o homem e Satanás, declarava que o poder do grande adversário finalmente seria quebrado. Adão e Eva achavam-se como criminosos diante do justo Juiz, esperando a sentença em que pela transgressão tinham incorrido; mas antes que ouvissem da vida de lutas e tristezas que devia ser a sua porção, ou o decreto de que deviam voltar ao pó, escutaram palavras que não poderiam deixar de lhes dar esperança. Posto que devessem sofrer pelo poder de seu forte adversário, poderiam olhar no futuro para a vitória final.” – Patriarcas e Profetas, p. 66.
“Desde o dia que o Senhor declarou à serpente no Éden: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente” (Gên. 3:15), Satanás tem conhecido que ele não pode jamais manter absoluto domínio sobre os habitantes deste mundo. Quando Adão e seus filhos começaram a oferecer os sacrifícios cerimoniais ordenados por Deus como um tipo da vinda do Redentor, Satanás reconheceu neles um símbolo da comunhão entre Terra e Céu.” – Profetas e Reis, p. 685.
As citações de Ellen White que Clóvis disponibilizou não as encontrei na literatura de língua portuguesa. Todavia, isso não impedirá de mostrar-lhe querido leitor a maneira tendenciosa como ele fez uso de tais fontes. Leia a citação a seguir:
“… Cristo pousa para ser retratado em cada discípulo. A todos predestinou Deus para serem “conformes à imagem de Seu Filho”. Rom. 8:29. Em cada um se tem de manifestar ao mundo o longânimo amor de Cristo, Sua santidade, mansidão, misericórdia e verdade.” – O Desejado de Todas as Nações, p. 827.
Se ele tivesse lido pelo menos essa explicação de “O Desejado de Todas as Nações” citada acima (juntamente com os textos que ele citou) não teria cometido tamanha gafe em não perceber que Ellen White apresenta a predestinação como sendo provida e aplicada. Deus proveu a salvação a todos, mas ela será aplicada aos que aceitam a Cristo como Salvador pessoal. Isso é óbvio nos escritos de Ellen White e discorrer mais a respeito seria “chover no molhado”.
É fundamental para interpretar corretamente um autor analisarmos outras declarações dele sobre o mesmo assunto. Infelizmente, tal regra – por demais elementar – não foi seguida pelo moderador do blog Cinco Solas.
O conceito de predestinação provida e aplicada é claramente expresso na Bíblia. Quando se lê 1 Timóteo 2:4 vemos que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” Deus deseja que todos sejam salvos de maneira que ele provê e oferece a salvação a todos. Porém, Ele aplicará os méritos de Cristo na vida daquele que tiver fé no Salvador (Jo 3:16, 36). A Bíblia é coerente.
Se os calvinistas não tentarem “reler” 1 Timóteo 2:4 deixarão de aceitar uma doutrina que, mesmo indiretamente, coloca a responsabilidade do mal em Deus.
Os calvinistas exaltam mais um atributo Divino que outro
O calvinismo falha em exaltar a Onisciência Divina em detrimento de outros atributos como a Onipotência, por exemplo. De que maneira?
Eles (não todos) pensam que por Deus ser Soberano Ele precisa “dispor as cartas na mesma como Ele quer” no sentido de eleger alguns para a salvação e outros para a perdição. Só que eles esquecem que Deus, além de ser Soberano, é Onipotente de modo que Ele pode mudar a curso da história se um pecador deixar-se convencer pelo arrependimento vindo do Espírito Santo.
Se Deus estivesse preso a Sua Onisciência Ele não seria Onipotente! Precisamos equilibrar a Soberania de Deus com Sua Onipotência, Onisciência e Onipresença (sem termos a pretensão de “compreendermos” tais atributos incompreensíveis a criaturas pecadoras).
Não basta argumentar que em Sua Onipotência Ele “predestinou alguns para a perdição” por que isso seria o mesmo que dizer que o Criador não foi competente o suficiente para exercer a Sua Soberania para evitar que o ser humano pecasse.
Sim, amigo leitor: a predestinação Calvinista é satânica por que nega a Bíblia e coloca em Deus a responsabilidade pelo mal em Lúcifer (se Deus predestina até para o mal, então Lúcifer é inocente). Além disso, tal heresia dá a entender que Deus não teve poder suficiente para impedir que o ser humano pecasse.
A existência do pecado é uma prova clara que os anjos, criaturas livres moralmente, escolheram se rebelar contra o Criador. De forma alguma o Senhor teria feito com que um ser perfeito (Ez 28:15) viesse a pecar só para brincar com a vida dos outros e mostrar que Ele é Soberano. O Calvinismo não sabe diferenciar soberania de perversidade…
[Continua...]
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